sábado, 26 de maio de 2012

Justiça do Trabalho apoia aprovação da PEC do Trabalho Escravo.

A partir de hoje, o site do TST publica matérias especiais com temas sensíveis à sociedade e alvos de decisões importantes na Justiça do Trabalho. O primeiro tema a ser abordado é o trabalho escravo, motivo de grande discussão no país, principalmente após a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da PEC 438/01.

  A Câmara dos Deputados aprovou, esta semana, em segundo turno, a Proposta de Emenda Constitucional nº 438/2001, conhecida como "PEC do Trabalho Escravo",  com 360 votos favoráveis, 26 contrários e 25 abstenções. O mínimo para aprovação era de 308 deputados. O texto prevê a expropriação de imóveis rurais e urbanos nos quais forem encontrados trabalhadores submetidos a condições análogas às de escravos. Mas a pena de perdimento será aplicada somente após transitado em julgado processo administrativo no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), responsável pela autuação do infrator. Os imóveis expropriados serão destinados à reforma agrária ou a programas de habitação popular.

Para o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen, a aprovação do texto deve ser comemorada. Mas pondera que a legislação penal ainda precisa de ajustes para tornar mais claras definições como "jornada exaustiva" e "condições degradantes de trabalho". Na avaliação do ministro, a falta de especificidade dos termos dificulta, em alguns casos, a diferenciação entre "desrespeito às normas trabalhistas" e "prática de trabalho em condições análogas às de escravos", e consequentemente, a repressão dessa prática que ele considera "intolerável".
A discussão de uma lei futura que defina o que é condição análoga à de escravo e os trâmites legais da expropriação foi a base do acordo que viabilizou a votação da proposta na Câmara dos Deputados. Esse acordo foi fechado há duas semanas entre os líderes da Câmara e do Senado.
No acordo, está prevista a mudança do texto da PEC durante a tramitação no Senado, para que ela faça uma menção explícita à necessidade de regulamentação futura. Caso seja alterada no Senado, a proposta precisará ser votada novamente pela Câmara.


Confira amanhã na matéria especial sobre trabalho escravo:
- Justiça do Trabalho julga recurso contra a maior condenação por prática de trabalho escravo do país. Grupo empresarial alagoano foi condenado a pagar R$5milhões por danos morais coletivos.
- Entrevista com o ministro do TST Lelio Bentes Corrêa, a análise de um especialista no tema.
(Augusto Fontenele / Rafaela Alvim) Fonte: http://www.tst.gov.br

 

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